RESENHA | OS GAROTOS CORVOS - MAGGIE STIEFVATER

     Os Garotos Corvos, da Maggie Stiefvater, é o primeiro livro (de quatro) da Saga dos Corvos, já finalizada. O livro é um realismo mágico de encantar quem ler (apesar de que eu não recomendaria para todo mundo). Uma escrita ímpar, personagens autênticos e uma mitologia sensacional convergiram-se nesse livro, que até agora foi minha melhor leitura do ano.

Trailer feito por fã: 

     BLUE SARGENT NASCEU NUMA FAMÍLIA DE MÉDIUNS. Toda clarividente que ela conhece alerta sempre a mesma coisa: se ela beijar seu amor verdadeiro, ele morrerá. Na véspera do Dia de São Marcos, ela vai com sua tia, Neeve, fazer uma vigília em frente a Igreja para observar os corpos que por ali passarão. Estranho, não? Vou explicar melhor. Blue é a única de sua família que não consegue ler as cartas de tarô ou prever o futuro, seu único poder é aumentar o poder das outras pessoas, como se ela fosse um campo de energia. E o Dia de São Marcos, pelo menos para as médiuns da Rua Fox, 300, é o dia no qual os espíritos das pessoas que morrerão dentro de um ano "passeiam" em frente a Igreja. Enquanto eles fazem seu caminho, uma médium pergunta e anota o nome da pessoa (e, para ter uma conexão melhor, a presença da Blue é necessária).

     Acontece que Blue não consegue ver esses espíritos, ela vai apenas para fazer essa conexão ser melhor. Porém, nesse dia, em especial, Blue vê alguém. O nome dele? Gansey. Isso poderia até ser considerado pura sorte, entretanto, o fato só pode significar duas coisas: ou ele é o grande amor da vida dela, ou ela o matou.

"[...] ainda que você tivesse descoberto o futuro, o seu modo de viver o presente não mudaria em nada. Elas [as previsões] eram verdadeiras, mas não eram toda a verdade."

     Do outro lado, acompanhamos Richard Gansey III, Ronan Lynch e Adam Parrish, os famosos garotos corvos. Eles são chamados assim porque o símbolo da escola onde estudam, a Aglionby, é um corvo. Gansey (assim como Ronan, Adam e seu outro amigo, Noah) está a procura de um rei galês desde que ele foi morto por vespas (ele é alérgico a elas) sete anos anos - enquanto morria, ele ouviu uma voz dizendo que Glendower, o rei, lhe permitiria viver porque alguém estava morrendo quando não deveria.

     Obviamente, o caminho da Blue e dos garotos em algum momento vão se cruzar. A partir daí, as coisas começam a ficar mais interessantes...

"- Destino - respondeu Blue, olhando furiosa para a mãe - é uma palavra muito pesada para se dizer antes do café da manhã."

 

Fonte

É QUASE IMPOSSÍVEL FALAR SOBRE OS GAROTOS CORVOS SEM DAR A IMPRESSÃO QUE É UM LIVRO DE ROMANCE. O que, claramente, ele não é. Apesar da proposta de "Blue não pode beijar o amor verdadeiro, até que ela encontra o amor verdadeiro...", o livro dá leves pinceladas nas partes românticas. Então, se você procura um livro de romance paranormal, desculpe-me informar, mas está no lugar errado. Todavia, caso você queira um livro com lugares encantados, personagens peculiares, magia, cartas de tarô e reis perdidos, está no lugar certo! Na verdade, se isso for realmente o que você procura, já deveria está com o livro nas mãos.

     A escrita do livro não poderia ser melhor. A Maggie conseguiu levar a atmosfera mística da obra também para as palavras. Inclusive, acho bom informar que o livro é escrito em terceira pessoa. O que, em minha opinião, contribuiu muito para o livro.

     Quanto aos personagens... me apeguei a todos! Cada um tem sua personalidade, seu jeito ímpar de ser. Se o livro fosse escrito pelos pontos de vista de cada um, o nome do narrador do capítulo não seria necessário, visto que todos são diferentes um do outro.

     A mitologia do livro também me agradou (e muito!). Infelizmente, como ela é explorada depois de certa parte do livro, não falarei muito sobre ela para não dar nenhum spoiler. 

     Algumas pessoas perguntam: "Ah, mas os outros livros são bons??". Até agora, eu li os três primeiros e 1/4 do último, resultado: favoritei todos.

     Aviso: no começo da resenha, disse que eu não indicava o livro a todos (e realmente não indico). Sei que varia muito de pessoa para pessoa, e talvez essa seja apenas uma leitura três estrelas para alguns. Tenha certeza de que você se interessa pela temática do livro.

     Por fim, só tenho mais uma coisa a dizer: Rex Corvus, parate Regis Corvi.